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Estudante relata experiência de ser universitária cega

No trabalho, aluna reivindica mais equidade e oportunidades no meio acadêmico





Heloísa Melo foi a primeira monitora cega do Centro de Educação. (Foto: Divulgação/Raíssa Oliveira)


O ambiente universitário é um local de encontro de diferentes vivências humanas. A troca de experiências possibilita entender as especificidades de cada pessoa. Na perspectiva de apontar um caminho que consiga demonstrar a importância do diálogo, Heloísa Melo, concluinte do curso de Pedagogia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), defendeu, no dia 30 de setembro, seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “Rompendo Paradigmas: a trajetória autobiográfica de uma estudante Cega da UFPB”.
Segundo ela, o objetivo do trabalho foi mostrar as possibilidades e os percalços que uma pessoa cega encontra na vida acadêmica. “Meu curso durou cinco anos. Constatei que podemos e devemos lutar por nossos direitos e ser reconhecidos por nossa capacidade e não por nossa condição biológica”, avalia a estudante.
Na graduação, a discente adaptou aulas e desenvolveu algumas atividades com os professores e colegas de turma para que se sentissem no lugar de uma pessoa com deficiência visual.
Atividades com olhos vendados, alfabeto móvel e murais em três dimensões ajudaram os outros alunos a entenderem como as pessoas cegas ou com deficiência visual constroem e sentem o mundo. Também teve ajuda de professores, colegas e terceirizados dos serviços gerais.
“É possível manter a pessoa com deficiência integrada e incluída de fato, desde que haja disponibilidade e aceitação. Somos diferentes e a deficiência por si só não pode classificar a pessoa como um incapaz. Não somos nenhum super-herói querendo mostrar que podemos mais que os outros. Nós desejamos mais equidade e oportunidade”.
No trabalho, também foram desenvolvidos pontos como os processos de aprendizagem no cotidiano escolar de alunos com deficiência visual e a conceituação de cegueira e da baixa visão.
De acordo com a estudante, como forma de permanência na instituição, ela se inseriu no tripé da universidade que visa o ensino, a pesquisa e a extensão. Foi a primeira monitora cega do Centro de Educação (CE) da UFPB. O próximo passo é cursar um mestrado.
Fonte: https://portalcorreio.com.br

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